MÁQUINA DE FAZER NOSSA TERRA TREMER
Aeronaves cibernéticas, sem tripulação
Na velocidade da onda, na nossa direção
A potência da ciência versus a frequência da ganância?
A potência da ciência na frequência da ganância
Ressonância em placas tectônicas geram terremotos por microondas
Desabilitam eletroeletrônicos, perturbam funções cerebrais humanas
É a máquina de fazer nossa terra tremer
Se você não entende o que eu digo, faz sentido o que estou transmitindo?
O recado é geofísico – sísmico. Invisível, faz sentido
O protocolo articulado, configurado experimenta
Latitude, longitude, modo linear ordinário
Kilowatts tensos, sinal de radar intenso
Antes do furacão, um raio de dipolos cruzados
É a máquina de fazer nossa terra tremer
A nova era, eletromagnética, fervendo a ionosfera.
SUMIÇO (gravada pela Sequelândia)
Agilizo um sumiço
Pra gente ficar junto
Longe disso tudo
Agilizo um sumiço
Um abrigo, um carinho
Pra gente evaporar pelo caminho
Um cativeiro maneiro
Nenhum tiroteio
Sem radar, sem freio
Um céu pra nós dois…
… E o mundo fica pra depois
PRA QUE CRIAR CASO?
Pra que criar caso?
O caso dá muito trabalho
Tá pensando que o caso é um cachorro
Ou que o caso é um papagaio?
Você bota água pra ele beber
Um jornal pra ele cagar
Ração pra alimentar
E eu prefiro não criar
O caso é seu dilema, visto de um ângulo freudiano.
Peço que neutralize-o entregando a um monge tibetano
Ou entregue aos especialistas em criar caso no cotidiano: reúna a imprensa, culpe um iraquiano, chame a carrocinha da ONU
Ou deixe-o na porta do Vaticano.
US MALUCO TÃO FICANDO DOIDO
Us maluco tão ficando doido
Fazendo feijoada na cafeteira
Os maluco tão ficando doido
Pegando tangerina na mangueira
Mas eles são gente. Gente fina, simplesmente
Us maluco tão ficando doido
Porque a vida é uma grande brincadeira
Us maluco tão ficando doido
Montando seu mosaico de incertezas
Dias cheios de endorfina
Vibrações boas, vindas
Us maluco tão ficando doido / Mas nunca foram parados pelo Bope
Us maluco tão ficando doido / Nem foram entrevistados pelo Ibope
Presente do Indicativo
eu papagueio
tu papagueias
ele papagueia
nós papagueamos
vós papagueais
eles papagueiam
Pretérito Perfeito
eu papagueei
tu papagueaste
ele papagueou
nós papagueamos
vós papagueastes
eles papaguearam
Pretérito Imperfeito do Indicativo
eu papagueava
tu papagueavas
ele papagueava
nós papagueávamos
vós papagueáveis
eles papagueavam
Presente do Subjuntivo
eu papagueie
tu papagueies
ele papagueie
nós papagueemos
vós papagueeis
eles papagueiem
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
eu papagueasse
tu papagueasses
ele papagueasse
nós papagueássemos
vós papagueásseis
eles papagueassem
Futuro do Subjuntivo
eu papaguear
tu papagueares
ele papaguear
nós papaguearmos
vós papagueardes
eles papaguearem
Pretérito mais-que-perfeito
eu papagueara
tu papaguearas
ele papagueara
nós papagueáramos
vós papagueáreis
eles papaguearam
Futuro do Presente
eu papaguearei
tu papaguearás
ele papagueará
nós papaguearemos
vós papagueareis
eles papaguearão
Futuro do Pretérito
eu papaguearia
tu papaguearias
ele papaguearia
nós papaguearíamos
vós papaguearíeis
eles papagueariam
Imperativo Afirmativo
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papagueia tu
papagueie ele
papagueemos nós
papagueai vós
papagueiem eles
Infinitivo Pessoal
eu papaguear
tu papagueares
ele papaguear
nós papaguearmos
vós papagueardes
eles papaguearem
Gerúndio: papagueando
Particípio: papagueado
pa.pa.gue.ar
Verbo intransitivo.
Falar muito, e como o papagaio; palrar.
AQUELA ONDA, AQUELA BRISA
Dançaram como se ninguém estivesse olhando
Bombando na pista, sorrindo brindando
Na batucada ele sambava, no rock ’n’ roll ela surtava
E nas levadas da noite o casal se acabava
Era o clima do cara
Era o clima da mina
Trocaram idéia, trocaram saliva
Até o sol invadir as retinas
Encheram a cara, perderam a linha
(Ela perdeu a pipa e a rabiola)
DEPOIS DA FAIXA AMARELA
A vida tá passando e a gente passando a mão na bunda dela,
que, gostosa, dança com cada um de nós depois da faixa amarela.
ADMIRALGO
Embaixo da amendoeira
Nenhum som de britadeira
Um papo sem eira nem beira
Em volta da fogueira
Amanhecer-se | desmesquinhar | transparecer
Relax na cachoeira
O visual das paineiras
A espreguiçadeira
Uma boa trepaderia
Sorrir-se | jamais empedernir | praiar
Um dia tranqüilo…
De bobeira
Tudo festa
Tudo feira
– Paz, amor e barriga cheia
JOÃO GILBERTO JUNKIE (VIOLEIRO MALOQUEIRO)
João Gilberto junkie quando toca é punk
Bebe, fuma, cheira e xinga. Nenhum juízo na moringa
Com um banquinho, um violão e um pedal de distorção
Ele afunda o barquinho – derruba o samba junto com o avião
Chega no palco pancadão
A primeira música canta a capella, pra desbelotar no violão
Oferece pra platéia, diz que é dia de festa
Toca alto, topa todas
Em Copacabana, prancha uns 10 por semana: cracudo, PM ou bacana
Mas seu “adevogado” é mais forte que o santo: 52 habeas corpus por ano
Hardcore, nunca dorme. Se a grana encurta, trafica, cafetina
Trampa de garçom pra clonar um cartão
Vende pacote na agência de viagem e dá balão no reveillon
Vive de som
* 288 DO BEM (gravada pela Sequelândia)
Da mesma paz o cachimbo – e todo mundo curtindo
Um banho de sol nesse hospício – um banho de sol
Aqui ninguém é vip, aqui ninguém é chique
Todo mundo largado e muito mais irmão
Aqui ninguém é vip, aqui ninguém é chique
Todo mundo duro e muito mais diversão
288 do bem – tá formada a quadrilha
Chegaí, chegaí, só família
Aqui a gente anda pra frente – caiu, levanta
Aqui a gente anda pra frente – às vezes caga e anda
Lavando a consciência, deletando o que não presta
Doando o que não se usa, tomando o que interessa
Aceitando o que não se muda na correria ou na calmaria
”Tâmu” no Brasil, “tâmu” na luta…
288 do bem – tá formada a quadrilha
Chegaí, chegaí, só família
* No código penal brasileiro, o artigo 288 significa formação de quadrilha – somos uma quadrilha do bem.
RAGGAMOPHO / Cada George Bush tem o Bin Laden que merece (gravada pela Sequelândia)
(Gutz e Gimene)
Eu viro lata, viro lata de cerveja
Viro concreto e lata d’água na cabeça
Você enfia um troco pela minha goela
Eu até como, mas não cago uma moeda…
Fico puto quando vem a conta da Light
Na seqüência vem a CEG, vem Cedae
Multinacionais… multinacionais, mas…
CADA GEORGE BUSH TEM O BIN LADEN QUE MERECE
Seu ego não cabe nesse terno
Você se acha esperto rindo de qualquer protesto
Com seus amigos canibais digitais
Bebendo uísque em paraísos fiscais
O Che Guevara assassinado pela CIA dá as caras na C&A
O Che Guevara assassinado pela CIA dá as caras na C&A
CADA GEORGE BUSH TEM O BIN LADEN QUE MERECE
Bolado com esse mundo torto nesse raggamopho. “Hip hop style”, falando “pacaryle”
– Sheena is a punk hacker.
MÚSICA PARA MEIA DÚZIA
Não precisa tocar na rádio
A rádio já não se toca
Tudo é a cópia da cópia
Não precisa rolar na TV
A tv nem se liga
Tudo é a cópia da cópia
Cópia do mapa da mina
UMA CUÍCA NA CUCA (gravada pela Sequelândia)
Às vezes parece que a gente tem
Uma cuíca na cuca
Dá tilt na fala
E zique-zira na cara
No dia seguinte
Neosaldina e água
Algum excesso de informação?
Na nossa vista muito neon?
É neurose do dia-a-dia
Ou overdose de burocracia?
Até pra limpar a bunda o papel tem duas vias!
AMANHECEU
Amanheceu
e nós
somos os últimos postes
acesos
Você, bêbada
Eu, bêbado
CHEGUE LOGO (para meus filhos)
Chegue logo, chegue pra gente te ver
Reaprender contigo o “b-a-bá” de se viver
Em que canto você vai dormir, ainda não sei
Só sei que meu lugar será eternamente seu
Um dia iremos morrer
E por isso, o que aqui teremos?
Apenas o melhor que pudermos fazer
E isso é tudo:
Ser
Ter o que se dá